
Você sabia que existem mais de 10 mil tipos de uvas no mundo? A planta conhecida como videira, que dá origem às uvas, pertence ao gênero Vitis e possui mais de 60 espécies conhecidas. Elas servem para as mais diversas fabricações de produtos, desde vinhos até geleias, e é sobre isso que vamos falar hoje!
A distribuição geográfica do cultivo de diversos tipos de uvas é praticamente o mundo inteiro, mas tem maior predominância na Ásia, Europa e América. Historicamente, existem indícios de que a produção de uvas tenha começado quando o homem se tornou sedentário e passou a praticar a agricultura.
Esse período, conhecido como Revolução Neolítica, ocorreu por volta de 10.000 a.C a 5.000 a.C. Até então, as tribos eram nômades e o homem vivia da caça. A partir dessa época, conheceu a agricultura e se estabeleceu em locais fixos.
Isso significa que o cultivo da uva é mais do que milenar! Essa atividade teve início no Oriente Médio, com a civilização Suméria, que se localizava na Mesopotâmia, onde hoje é o atual Iraque.
Cultivo de uvas na história
Mas, os povos que impulsionaram o cultivo das uvas e a produção de vinho para outras regiões foram os fenícios. Esta civilização estava assentada entre o Mar Mediterrâneo e o território que atualmente é dividido entre Líbano, Síria e Israel.
Grandes navegadores e comerciantes, os fenícios navegaram pelo Mar Mediterrâneo e instalaram postos de comércio em diversos lugares da Europa.
No Brasil, as primeiras videiras foram trazidas por expedições portuguesas em 1532, mas as videiras não se adaptaram ao clima do litoral paulista. O primeiro vinho brasileiro foi produzido apenas em 1551.
Mas o que incentivou a vitivinicultura no Brasil foi a chegada dos jesuítas. A partir de missões para a Região Sul, em 1626, as plantações de uva começaram a se consolidar. Mais de 200 anos depois, com a chegada dos primeiros imigrantes italianos, a produção de vinhos cresceu e hoje podemos ver o auge deste importante legado.
Tipos de uvas: viníferas e não viníferas
Cada tipo de uva tem sua particularidade em relação ao sabor, cor, aroma, acidez e tamanho, entre outras características. Por conta disso, existem diversos produtos que têm como origem os diferentes tipos de uvas. Como:
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Vinhos;
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Sucos;
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Grapa;
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Geleias;
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Vinagre;
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Corantes naturais;
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Óleos da semente;
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Taninos;
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Ácidos.
Porém, antes de falar de alguns dos principais tipos de uvas e suas utilizações, precisamos diferenciar entre as uvas viníferas e não viníferas.
Uvas viníferas
Os tipos de uvas viníferas são as da família Vitis vinifera e têm origem no continente asiático. A partir delas são produzidos os vinhos finos. É mais comum na Europa, devido à adaptação climática e pelo fato de terem sido levadas pelo Mediterrâneo pelos fenícios.
Também são encontradas em regiões mais frias da América do Sul, como Chile e Argentina.
Uvas não viníferas
Já as uvas não viníferas, também conhecidas como uvas americanas, são voltadas para a produção do que chamamos de vinhos de mesa. Elas também podem ser consumidas como fruta ou dar origem a outros produtos, como geleias e também sucos de uva.
Além disso, espécies como a Vitis labrusca são comuns no Brasil pois são mais resistentes às variações climáticas. Também resistem doenças como a Filoxera, praga que quase exterminou as plantações de uvas europeias no século XIX. Por isso, não são encontradas videiras não-viníferas na Europa.
Tipos de uvas e seus usos
Cada tipo de uva, então, terá uma característica própria mais marcante e uma utilização diferente. Algumas são mais apropriadas para o consumo in natura, enquanto outras são mais adequadas para a fabricação de vinhos. Conheça algumas!
Cabernet Sauvignon
Este é o tipo de uva mais popular devido à fácil adaptação a diferentes condições climáticas e até mesmo diferentes solos (ou terroirs). A Cabernet Sauvignon pode ser cultivada em regiões quentes e ainda assim dá origem a vinhos de alta qualidade. Por isso, é conhecida como a rainha das uvas.
Ela tem origem na região francesa de Bordeaux, e estudos já indicam que é nascida de um
cruzamento das uvas Cabernet Franc e Sauvignon Blanc. Dessa forma, apresenta características de ambas.
Ainda, é importante destacar que os vinhos são tintos e secos. Alguns possuem Cabernet Sauvignon pura (monovarietal), mas também podem ser misturados a outras uvas.
Merlot
A uva Merlot é a segunda mais cultivada para produção de vinhos. Isso ocorre porque o vinho tinto seco originado deste tipo de uva é mais agradável ao paladar, por ser mais suave e pouco ácido. Devido a isso, é muito utilizada em misturas com outras uvas para suavizar algumas combinações.
É uma uva de colheita precoce, o que a faz ser bastante cultivada na Serra Gaúcha e ser praticamente o símbolo brasileiro em termos de vinho.
Chardonnay
Este tipo de uva branca predomina nas regiões francesas de Borgonha e Champagne. Ela é considerada a rainha branca das uvas - já que o posto de rainha absoluta é da Cabernet. Está presente na composição de espumantes, champagnes e vinhos.
Os estilos de aromas e sabores variam porque esta uva é muito sensível às variações de temperatura e umidade. Assim, o resultado dos vinhos de uva Chardonnay dependem de sua origem.
Moscatel Branca
A uva do tipo Moscatel é considerada a mais versátil de todas, pois produz vinhos secos, espumantes e até vinhos naturalmente doces, como o Moscato. É a uva preferida das abelhas, devido ao seu alto teor de açúcar. Por isso, são polinizadores naturais.
Existem diversos tipos de uvas moscatel. Ao todo são 150 variedades, entre brancas, tintas, rosadas, viníferas e híbridas (misturas genéticas com outras variações).
É uma das mais antigas do mundo voltada para a produção de vinhos, tendo parte de sua origem grega e parte egípcia. Com a expansão para o restante do Mediterrâneo, encontrou outros solos mais apropriados para o cultivo.
No Brasil, a uva Moscatel é bastante cultivada na região de Farroupilha (RS), que possui a maior produção desta variedade. Por isso, a cidade recebeu o título de capital do Moscatel em 2019.
Uva Itália
Diferente das anteriores, que eram voltadas para produção de vinho, a uva itália é uma uva de mesa. Ou seja, deve ser consumida in natura. É a mais conhecida do Brasil e tem coloração verde clara ou amarela.
Também é utilizada para doces e sobremesas, além de caldas e molhos, pois tem textura consistente e crocante.
Além disso, é um tipo de uva de alta produtividade, podendo chegar a 30 toneladas por hectare em cada safra.
Porém, a uva Itália é suscetível a doenças e necessita de cuidados especiais para seu cultivo ocorrer com sucesso.
Uva Thompson
A uva Thompson também é uma uva de mesa, originária do Oriente Médio conhecida como Sultanina, tem como principal característica a ausência de sementes e é a mais importante desta categoria no mundo.
Sua coloração pode ser âmbar, branca ou roxa. É utilizada para a produção de uvas-passas, vinhos e também entra na composição de sobremesas.
Niágara Rosada
Esse tipo de uva tem origem brasileira. Ela é fruto de uma mutação somática descoberta a partir da Niágara Branca. Isso ocorreu no interior de São Paulo, em 1933. Desde então, a Niágara Rosada caiu no gosto dos brasileiros e substituiu a Niágara Branca.
Tem maior adaptação às condições climáticas das regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste do Brasil.
Ela é uma uva rústica adocicada e pode ser consumida in natura ou utilizada em sucos, geleias, molhos e outras finalidades culinárias.
Uva Isabel
A Uva Nacional é utilizada na fabricação de vinhos de mesa e sucos. Também conhecida como Uva Isabel, o nome se refere à estadunidense Isabella Gibbs, que primeiro a levou para o norte daquele país, onde se disseminou.
Este tipo de uva é resultado de uma polinização aleatória, sendo uma uva não vinífera tipicamente americana. É considerada uma planta híbrida natural das espécies Vitis labrusca e Vitis vinífera.
Por conta disso, ela é bastante fértil e se dissemina com facilidade, resultando em colheitas abundantes e necessita de poucas intervenções em seu manejo. Possui o sabor característico das Vitis labruscas e pode se adaptar a todos os usos.
Uva Bordô
Bastante utilizada no Brasil para sucos e vinhos de mesa, a Uva Bordô é uma fruta rústica. Proveniente da família vitis labrusca, teve origem nos Estados Unidos e foi introduzida no Brasil no início do século XX.
A uva Bordô é bastante resistente a doenças, principalmente causadas por fungos. Por isso, muitas vezes dispensa o uso de defensivos e pode dar origem a bebidas orgânicas.
Por possuir sabor intenso, raramente é consumida in natura. Sua coloração marcante oferece riqueza de antioxidantes. Assim, dá origem a bebidas saudáveis.
Processo de colheita de cada tipo de uva
A colheita ou vindima é a época do ano quando a safra de cada tipo de uva já chegou ao nível de maturação adequado para a finalidade do produtor. Cada uva pede um tempo de maturação diferente de acordo com o produto que se origina dela.
A temperatura, a irrigação e as condições climáticas do ano vão determinar quando é a época certa da colheita. Dependendo do ano, isso pode se antecipar ou atrasar. Por isso, é necessário ter parâmetros estabelecidos e um acompanhamento rigoroso.
O objetivo é que as uvas não ultrapassem o ponto de maturação, que é quando elas perdem ácidos e ganham açúcares. Isso porque todo o sabor pode ser alterado se esses parâmetros se alterarem.
Maturação da uva
O processo de maturação da uva possui 4 etapas que precisam ser atentamente observadas a fim de que a colheita seja realizada no momento certo. Isso porque, quando estão maduras, apresentam o teor ideal de açúcar, que irá se transformar em álcool durante a fermentação.
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Herbáceo: período entre a formação do grão até a película da baga adquirir cor;
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Mudança de cor: nesta etapa acontecem mudanças físicas e a baga se torna mais mole. Nas uvas brancas elas passam do verde para um tom amarelado. Nas uvas tintas, mudam do verde para o roxo;
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Maturação: Este período pode durar entre 30 e 70 dias e começa com a mudança de cor. Aumentam os níveis de açúcar, diminui a acidez e as bagas amolecem. Nesta época o açúcar é medido constantemente para definir o momento certo da colheita;
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Sobrematuração: A partir de um dos estágios de maturação, ocorrem oscilações de açúcares, ácidos e aumento de polifenóis. Isso pode ser decorrência do clima (excesso de chuvas ou estiagem).
A quantidade de açúcar presente nas uvas é o que irá definir a graduação alcoólica do vinho. É por isso que a escolha do tipo de colheita é feita pelo produtor e viticultor ou enólogo, bem como a data. Geralmente, ocorre de janeiro a março.
Porém, não é o nível de açúcar que define a “doçura” de um vinho. Outras características, como a acidez, interferem no paladar. Dessa forma, a classificação não se deve ao açúcar. No Brasil, o vinho “meio-seco”, permitido pela legislação, tem uma ampla faixa de açúcar residual, indo de 4 g/L a 25g/L.
A escolha da colheita influencia na preservação das vinhas e das frutas, além do deslocamento na propriedade. A uva não apresenta mudança de composição e textura após a vindima, sendo chamada de fruta do tipo não-climatérico.
Colheita manual
O processo de colheita manual é estabelecido principalmente pelas características do relevo, se a região for acidentada. Também é utilizado por produtores que possuem plantações pequenas ou limitadas, pois é mais lento. O processo depende do número de cachos, altura deles e condições do terreno.
Este é um método econômico: um hectare de extensão pode ser coberto por 10 viticultores em um dia. Também influencia na qualidade do vinho a ser produzido após a colheita. Isso se deve ao cuidado no corte e na seleção detalhada das videiras. Entretanto, os dois métodos preservam a qualidade do produto.
Colheita mecanizada
Mais adequada para plantios de grande escala, mais extensos e em áreas planas. Este processo é rápido e pode cobrir um hectare por hora. Contudo, para que a colheita seja bem-sucedida, o equipamento utilizado tem de ser de qualidade e o operador precisa ser experiente.
Geralmente é aplicada às uvas tintas pois não tem grandes diferenças da colheita manual. As uvas podem passar por seleção após a colheita, então a qualidade final não fica prejudicada.
Colheita especial
Alguns vinhos são produzidos em condições diferentes, com vindimas difíceis e processos caros. A colheita chamada de podridão nobre se deve a um fungo que se espalha pouco a pouco. Então esta vindima tem de ser feita em diferentes momentos para colher as uvas atingidas.
Outro caso é o da uva gelada (Eiswein), um tipo de uva da Alemanha que precisa ser exposta a -8ºC antes de ser colhida. Assim que chega à adega deve ser prensada para manter os cristais de gelo e o mosto na vinificação.
Suco de uva
Mas não é apenas o vinho que tem um processo cuidadoso e sofisticado! O suco de uva também é outro produto elaborado com os melhores cachos e seguindo rigorosos padrões de qualidade.
Não é à toa que ele tem conquistado cada vez mais consumidores. Além da alta qualidade, o suco de uva é também uma das bebidas mais completas do mercado, rica em diversos nutrientes. O consumo diário de 400mL deste produto pode aumentar em até 80% a proteção contra doenças cardiovasculares.
Em dez anos, as vendas do produto mais do que dobraram nas vinícolas gaúchas. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) apontou um crescimento de 128% entre 2008 e 2018. O consumo é de 282 milhões de litros por ano no Brasil.
A região Sul é a maior produtora de uvas com quase 60% da produção, segundo dados da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Dessa colheita, cerca de 46% vão para a produção de vinho, enquanto 54% vão para a produção de suco de uva.
Compromisso da Vinícola Aliança com você
Quem impulsiona este mercado é você, consumidor. Tendo à sua disposição um produto mais nutritivo e completo, você acaba consumindo mais, e nós, produzindo para atender a sua demanda!
Estamos sempre atentos à saúde dos nossos consumidores! Com respeito e cooperação, podemos fazer parte do seu cotidiano e oferecer os produtos de melhor qualidade e mais saudáveis.
É importante olhar os rótulos e ter a segurança de comprar um produto saudável e seguro para a família.
Não apenas os brasileiros perceberam os benefícios e o sabor do suco de uva da nossa região. Hoje, ele é exportado para diversos países. Em 2017 foi seu ápice, chegando a 22 nações diferentes. Além disso, o produto se tornou muito mais acessível à família brasileira.
A qualidade é justamente o diferencial. A cor intensa, o teor de açúcar e a acidez equilibrada são o que fazem o nosso suco de uva ser atrativo. tem potencial para continuar crescendo e se tornar o principal produto da viticultura brasileira.
Nós, da Vinícola Aliança, queremos garantir saúde e bem-estar à sua família com produtos de qualidade e a sofisticação típica da região da Serra Gaúcha. Agora que você sabe mais dos diferentes tipos de uvas, aproveite para conhecer nossos produtos!